Sem fim, eternamente
buscando
uma sereia e um pirata,
um Sonho
de ouro e de prata.
Sem fim, eternamente
buscando
uma sereia e um pirata,
um Sonho
de ouro e de prata.
Na planície,
tão suavemente anoitece
que a minha Alma até esquece
que o Sol se extinguiu
e a Lua surgiu.
É, aqui,
é aqui,
que a vida sorri.
A sombra é mais verde,
quando os grandes plátanos
colhem nos seus ramos a luz -
e folha a folha, como Alma que busca
Caminho, desprendem-se num suave adeus
e na cor castanha e amarela
têm uma breve existência singela.
Mais uma ousadia
se pedia -
um novo poema, um novo verso,
de natureza diverso.
Mas a minha Musa o motejar recusa,
e é das entranhas da Vida
que é tecida a Palavra
como quem a terra lavra.
É uma vastidão de Mar.
E, no meu Coração,
ínfimo centro do meu Ser,
a ordem é de permanecer.
É uma estrada
e uma longa caminhada.
Por momentos, esqueço-me
do Tempo -
e sou, de novo, apenas
uma Criança
brincando com as Palavras
e com a Esperança.
Vem deste Longe
um murmúrio de onda
a habitar o espaço da Casa.
São os ecos
do meu pensamento,
búzios e corais,
que não se calam jamais.
Para Te amar,
atravessei o deserto mais profundo,
vivi as dores do Mundo,
e Sonhei.
E o Sonho transformou o deserto
num jardim repleto
das cores Belas
e vivas
de duas Almas festivas.
O veleiro partiu com a maré
do vento
e, no cais da despedida,
ficou a outra maré,
a sentida,
a dos sentimentos
saudosos desta vida.