À bolina, seguem os barcos
que atravessam
este meu Mar de algas e de sargaços
de memórias e de cansaços.
À bolina, seguem os barcos
que atravessam
este meu Mar de algas e de sargaços
de memórias e de cansaços.
Presença de Ti -
e, neste instante,
sinto e é mais
cada passo
que me conduz
ao Teu Abraço de Luz.
Por isso, em Ti,
colho a infinita Alegria
que só há no Mar e na Maresia.
Os pixels constroem
grão a grão
a imagem da chuva da tarde
na minha mente -
e, deste ardente cinzento do Céu,
se derrama a água viva
que dá o alento
ao meu pensamento.
Neste lugar,
aqui, na beirinha da encosta,
as Palavras encontram os Sentidos -
e, se me dizem, que estamos no Mundo perdidos,
sem uma constância no Coração,
eu mostro-lhes a Minha Mão,
que, em suave dança,
acena para o Mundo a esperança.
Não são de musgo
as paredes da casa,
nem o orvalho canta,
gota a gota,
no mais do Silêncio
apaziguador;
mas há uma janela florida
que se abre por sobre a Vida
e é um regalo
ver o amanhecer
súbito de cada dia
que a paisagem irradia.
O Labirinto é a forma
e a Luz
é o espírito -
por isso, se percorro,
nas madrugadas mais frias,
o caminho que me conduz ao Longe,
sei do desconcerto
da humanidade obscura
que vive sem loucura.
É, agora, mais subtil
o Sonho -
memória esquecida
no movimento
da vida.
Caminho ao sol,
nesta silenciosa tarde,
e a ânsia que em Mim arde
vagamente me esquece
como se a Luz, a Cor, e o Silêncio
fossem um horizonte de Mar;
e a Beleza da Natureza
estupenda e vibrante
ecoa em Mim em cada instante.
Mais um dia
e mais outro dia
e outro dia ainda -
esta é a caminhada,
quando é longa a jornada.
Assim, recomeço, no longuíssimo
dia da vida, como se não houvesse partida.
Os ramos nus,
de folhas despidos,
irrompem na parede branca,
e, sonhando a forma da raiz,
presa à terra,
evolam em pensamento -
é neste aconchego
que minha Alma voa também
deste mundo para Além.
É eterno,
por um instante,
este momento de graça,
em que a vida não passa -
e tudo permanece,
porque ao teu lado me esquece
a dor e toda a aflição
da humana
condição.
Por isso, o meu canto
não tem pranto
e confia
na natureza de cada dia.
Choveu.
E a terra ressequida
deseja mais dessa vida...
deseja mais desse brado e clamor...
bênção de Ti, Senhor,...
Choveu.
E no meu Coração num instante
de diamante brilhou
a Beleza da melodia que no Céu havia.