Carta de marear
escrevo-te uma carta, ó mar!,
tão breve, frio, distante,
que, se pudesse navegar, não sei se sempre partiria.
Onde me levaria o teu jornear,
que searas alcançaria?, se ao outro lado, ó mar!,
eu chegasse, quem me traria?
E os rochedos, ó mar!, que forças escondidas hão,
a vencer os medos
daquele maior segredo,
o mostrengo, teu senhor?
Por isso, ó mar!, me despeço, sem cruzar
ondas nem sal, nem maresia,
e até sempre, sem regresso,
de joelhos, te peço,
sê até sempre a Via.
escrevo-te uma carta, ó mar!,
tão breve, frio, distante,
que, se pudesse navegar, não sei se sempre partiria.
Onde me levaria o teu jornear,
que searas alcançaria?, se ao outro lado, ó mar!,
eu chegasse, quem me traria?
E os rochedos, ó mar!, que forças escondidas hão,
a vencer os medos
daquele maior segredo,
o mostrengo, teu senhor?
Por isso, ó mar!, me despeço, sem cruzar
ondas nem sal, nem maresia,
e até sempre, sem regresso,
de joelhos, te peço,
sê até sempre a Via.
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