sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Gelidamente


Gelidamente, mas ao Sol, o corpo ganha ânsias

de um desconforto suave no recorte frio do mês de janeiro.

Parece que as árvores despidas configuram

uma natureza triste,

como se o passado tivesse sido roubado

a todos quantos, no presente, alçam os olhos para um futuro,

tão vazio, que sem narrativa ulterior,

trouxesse, apenas, pelo ar, raras sementinhas,

nascidas no gesto carregado deste amanhã sem ontem.

Então, gelidamente, mas ao Sol, germinam

as sementes que serão

só e apenas

flor e fruto de Estação.

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