Tradução de The Reed Bed de Dermot Healy,
poema gentilmente cedido, na sua versão inglesa,
por Matt Waterson
É assim com os canaviais, diariamente
eu passo por eles,
mas, no instante em que me afasto
e o sussurro pára
algures atrás de mim,
por entre as árvores flutuantes,
eles deixam de existir.
E, então, eu começo
a divagar sobre o que é que eu perdi.
Que coisa era aquela -
essa coisa importante -
que eu deixei para trás de mim,
na estrada dos sonhos?
E, então, chega o momento,
quando regresso a casa,
de voltar, por acaso, pelo seu caminho;
e lá estão eles,
os familiares que eu perdi na manhã,
agora firmes, ao lado das árvores escuras
que assinalam o limite do canavial,
um agitado campo de canaviais âmbar,
qual tufo de penas, frágil, convocando-me.
E é quando eles verdadeiramente existem,
quando te aproximas,
no último momento,
e o olhar subitamente se apercebe deles,
cabeceando no seu leito de canela,
aprontando-se, numa agitação sussurrada,
por estarem de novo aqui.