segunda-feira, 16 de julho de 2012

Ao lado, o outro


Tocam à porta. Num instante abro,

mas não há ninguém. A carruagem do metro

acelera entre as estações e, no Marquês, entra

o cowboi americano. Desacerto no ringue- toque do

telemóvel, que se silencia antes de eu falar.

E em tudo isto reside o universo dos outros;

daqui é tão perto para o longe,

que a minha morada

parece como um ninho de cegonha

eternamente alpendurado

na firme, sólida, esperança

de que fique na lembrança.



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