quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Da cidade branca


e turística

para o mundo nunca partiram caravelas.

Ao invés, cada parede de alvenaria

conta uma história

de séculos

onde povos e tradições

se cruzaram: cristãos e mouros,

apátridas e arrivistas,

e a multidão de turistas

embalada pela procura do santo graal

oculto nos ossos da capela.


Mas eis que nauticamente me aproximo

da cidade branca

e como um tição que em mim arde

incendeiam- se as paredes

à espreita da descoberta da Índia

futura - aquela que há de ser

quando todas as tormentas foram navegadas

e no lustro dos anos

a serena sapiência como um molde de barro

me abrasar toda a tarde.


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