Alguém chama...
... por mim. Eu não estou. E essa ausência
é quase costumaz. Tenho o hábito de não estar,
quando me chamam. Um terrível hábito de estar ausente,
mesmo quando uma forte intuição me incita a permanecer.
Às vezes, tocam campainhas no meu cérebro: vontade de telefonar,
vontade de ir... mas raramente obedeço. Como hoje à sessão do
centenário de dois escritores, na Sociedade Portuguesa de Autores,
a que não fui. Em vez disso, estive enredada numas palavras da Marguerite
Yourcenar, no «Último Amor do Príncipe Genghi». Reconheço, em mim, um sentido
de desobediência quase infantil. «Porque fazes isso?», «Porque quero.»,
«E, porque queres?», «Porque sim.».
... por mim. Eu não estou. E essa ausência
é quase costumaz. Tenho o hábito de não estar,
quando me chamam. Um terrível hábito de estar ausente,
mesmo quando uma forte intuição me incita a permanecer.
Às vezes, tocam campainhas no meu cérebro: vontade de telefonar,
vontade de ir... mas raramente obedeço. Como hoje à sessão do
centenário de dois escritores, na Sociedade Portuguesa de Autores,
a que não fui. Em vez disso, estive enredada numas palavras da Marguerite
Yourcenar, no «Último Amor do Príncipe Genghi». Reconheço, em mim, um sentido
de desobediência quase infantil. «Porque fazes isso?», «Porque quero.»,
«E, porque queres?», «Porque sim.».