Dança das cadeiras
O que da vida real terá dado origem a este jogo
tradicional? A filosofia do jogo é que alguém fica de fora,
sem cadeira, porque os outros, mais lestos e mais expeditos,
se conseguem sentar primeiro. Ou seja, há sempre uma cadeira
a menos em relação ao número de pessoas. As cadeiras que são
colocadas em jogo não chegam para todos. E é até legítimo o
empurrão e o puxão para ficar com uma cadeira. Hoje, mais do que
antes, faltam cada vez mais cadeiras e as estratégias para alcançar uma
são também cada vez menos lícitas - isto se passa em quase tudo na vida,
mas é mais premente nas empresas e nos locais de trabalho. Vai-se
perdendo o espírito de entreajuda entre pares e até entre amigos
e olha-se firmemente apenas para a cadeira que resta e na
qual a pessoa se quer sentar independentemente de
tudo o mais. Mal de um tempo? Mal do Homem? Talvez de ambas
as coisas. Mas quem, de entre tudo aquilo que a Vida
quotidianamente nos oferece, não fixa senão o estranho jogo,
só pode ser para sempre desafortunado,
embora numa cadeira sentado.
O que da vida real terá dado origem a este jogo
tradicional? A filosofia do jogo é que alguém fica de fora,
sem cadeira, porque os outros, mais lestos e mais expeditos,
se conseguem sentar primeiro. Ou seja, há sempre uma cadeira
a menos em relação ao número de pessoas. As cadeiras que são
colocadas em jogo não chegam para todos. E é até legítimo o
empurrão e o puxão para ficar com uma cadeira. Hoje, mais do que
antes, faltam cada vez mais cadeiras e as estratégias para alcançar uma
são também cada vez menos lícitas - isto se passa em quase tudo na vida,
mas é mais premente nas empresas e nos locais de trabalho. Vai-se
perdendo o espírito de entreajuda entre pares e até entre amigos
e olha-se firmemente apenas para a cadeira que resta e na
qual a pessoa se quer sentar independentemente de
tudo o mais. Mal de um tempo? Mal do Homem? Talvez de ambas
as coisas. Mas quem, de entre tudo aquilo que a Vida
quotidianamente nos oferece, não fixa senão o estranho jogo,
só pode ser para sempre desafortunado,
embora numa cadeira sentado.