Ela canta...
No Centro Comercial Colombo, pelas 10 horas
da manhã, ao meu lado ela canta...
Trauteia muito baixo, quase em surdina, uma melodia,
e caminha, por entre os corredores das lojas, como
se estivesse em plena festa ou arraial, a viver numa
animação divertida. Tão próxima, e tão ao meu lado,
é impossível não ouvir a melodia que, percebo, é uma
música ali mesmo inventada e construída: uma sequência
melódica harmónica, quase festiva. E, nisto, penso quão
diferentes uma da outra nós somos! O meu cérebro que
densamente detalha e analisa e o cérebro dela que
musifica. Perante uma realidade tão a mesma e tão,
mesmo, atroz e sem graça - um passeio num
Shopping numa manhã de Domingo - eu e ela agimos
profundamente tão de modo diverso. Ela, alegremente,
caminhando, com uma música a povoar-lhe a cabeça; eu
seriamente pensando: como é possível trautear
sem sentir o mundo a girar?
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