A Vida é Bela
No Natal, o meu filho ofereceu-me um voucher
da Vida é Bela. Não o usei ainda; nem sei porquê.
Mas, olhando para a caixa, observo nela a utopia de
mais do que uma geração do pós-guerra na Europa.
A par com o sonho da sociedade fraterna e justa do
socialismo, nas democracias do Ocidente, venceu o mito
da vida é bela. Ou seja, cada um, a seu nível, e na sua
classe social, esperava alcançar gratuitamente e sem
esforço as benesses de um estado social protetor, que,
como um pai, oferecesse tudo quanto se entendesse
como necessário: os cuidados de saúde, a escola,
a reforma, etecetera. Para muitos destes homens e
mulheres ateus, alguém cuidava, alguém provia,
alguém protegia. E, afinal, hoje, o voucher do bem-estar
e da felicidade voltou a estar inteiramente nas mãos
individuais de cada ser: o que eu faço e não o que me é dado
é que marca a diferença entre os homens.
No Natal, o meu filho ofereceu-me um voucher
da Vida é Bela. Não o usei ainda; nem sei porquê.
Mas, olhando para a caixa, observo nela a utopia de
mais do que uma geração do pós-guerra na Europa.
A par com o sonho da sociedade fraterna e justa do
socialismo, nas democracias do Ocidente, venceu o mito
da vida é bela. Ou seja, cada um, a seu nível, e na sua
classe social, esperava alcançar gratuitamente e sem
esforço as benesses de um estado social protetor, que,
como um pai, oferecesse tudo quanto se entendesse
como necessário: os cuidados de saúde, a escola,
a reforma, etecetera. Para muitos destes homens e
mulheres ateus, alguém cuidava, alguém provia,
alguém protegia. E, afinal, hoje, o voucher do bem-estar
e da felicidade voltou a estar inteiramente nas mãos
individuais de cada ser: o que eu faço e não o que me é dado
é que marca a diferença entre os homens.