sexta-feira, 17 de junho de 2011

Frágil


Dá que pensar... no contexto de uma vida activa,

o mérito, a inteligência, a capacidade, não são

necessariamente recompensados. Há outros factores,

de contexto, casuísticos e alienatórios, que em muito

são determinantes. Por isso, é tão frágil a medida

do nosso bem estar e do nosso sucesso sempre.

É a esta fragilidade da vida humana que Camões se refere

tão sintética e extraordinariamente n'Os Lusíadas! De forma

sublime, Camões interroga-se e deixa a interpelação, assinalando

um facto intemporal e universal da existência humana. («Onde pode

acolher-se um fraco humano,/Onde terá segura a curta vida,/Que não se

arme e se indigne o Céu sereno/Contra um bicho da terra tão pequeno?»).

Com que balança dos deuses são os nossos actos pesados?

Que destino, dia-a-dia, em nós se movimenta?

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