Frágil
Dá que pensar... no contexto de uma vida activa,
o mérito, a inteligência, a capacidade, não são
necessariamente recompensados. Há outros factores,
de contexto, casuísticos e alienatórios, que em muito
são determinantes. Por isso, é tão frágil a medida
do nosso bem estar e do nosso sucesso sempre.
É a esta fragilidade da vida humana que Camões se refere
tão sintética e extraordinariamente n'Os Lusíadas! De forma
sublime, Camões interroga-se e deixa a interpelação, assinalando
um facto intemporal e universal da existência humana. («Onde pode
acolher-se um fraco humano,/Onde terá segura a curta vida,/Que não se
arme e se indigne o Céu sereno/Contra um bicho da terra tão pequeno?»).
Com que balança dos deuses são os nossos actos pesados?
Que destino, dia-a-dia, em nós se movimenta?
Sem comentários:
Enviar um comentário