terça-feira, 28 de junho de 2011

Olhares


A singularidade mais recente foi ter

acompanhado uma emissão de uma rádio regional

de Estremoz através da internet. Aonde as ondas

hertzianas não alcançam, a tecnologia informática

permite a abrangência. E, assim, ainda que eu estivesse

nos Himalaias, teria, seguramente, escutado as voltas

da conversa no companheiro

da noite...

Se a memória me não falha... na primeira vez que fui

a Estremoz, encontrei no largo do Rossio da praça só as gentes que

dão a voz aos cantos daquela terra e o

meu filho, muito pequeno ainda, terá seguramente colhido uma estrela

que teimosa se atravessava à sua frente.

Foi isto há muitos anos! Tantos que nem sei já

o dia, o mês, a hora.

Haverá ainda gentes, e cantos

e estrelas, em Estremoz? ...


Como a esta questão não há avanço tecnológico que me responda,

talvez que o melhor seja ouvir uma ária clássica de ópera,

Bohemian Rhapsody, e ir coser o botão

que hoje de manhã

se soltou no meu vestido.

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