Os Eternos Guardiães
Acredito que há, no mundo, seres
que eternamente velam. São vidas
totalmente apagadas
e desconhecidas
que na palavra mantêm viva a memória
ou que, através da acção, nos abrigam. Comum
é o espírito de sacrifício. Disto falámos, quando há
dois ou três meses atrás, eu e a R., perto da meia noite,
atravessávamos o Jardim Constantino, para o regresso a casa.
E, subitamente, já nem sei por quê, ocorreu-nos o bravo
exemplo dos Samurais de Fukushima, quase notícia de rodapé
dos telejornais. E, embora em tanto discordemos, nisto, eu
e a R., assentámos: é nestas acções de esperança
que corre o movimento do mundo.
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