quinta-feira, 30 de junho de 2011

Ondeando...


pelo mar, pelo vento, pelo sussurro

ora vivo ora tão suave dos sons que se projectam

pelo espaço da casa. E, sempre súbita, difunde-se,

necessária, a nota de pensamento,

que interrompe as tarefas da rotina do lar e obriga

a uma pausa de meditação. Naturalmente, é a minha telefonia,

velha, partida a antena, e que me foi oferecida

num gesto de solidariedade já há muitos anos atrás. Podia,

evidentemente, hoje, comprar uma outra; mas receio que o

posto emissor se possa dessintonizar

e eu perca, assim, em tempo real, uma nova forma de fazer rádio

que me lembra no continuum todo um tempo, que era tempo,

de existência.

É a FI-FM., ao meu lado, presente na saudável monotonia da repetição

diária de tudo o que hoje, na sociedade, convencionamos

como uma perda de tempo ou uma desvalorização das qualificações humanas.

E, assim, sem ter de pensar sequer,

basta-me empurrar o botão para que a totalidade

do Universo

esteja comigo do lado de dentro de casa.

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