segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ao acordar


a diagonal breve, mas lúcida, do sol

projecta-se na cabeceira da cama. Por isso,

gosto do despertar na noite para ver o dia

a nascer. Se soubesse, mediria o movimento

aparente do sol na parede do meu quarto e

do desenho faria um quadro inexistente,

que me despertaria, a cada manhã, com a alegria

clara da roupa brilhante e alvoraçada no estendal

da cozinha. Este é o silêncio que percorre, no amanhecer,

a casa, no Verão, como um fio de luz a escorrer

pelas paredes do prédio.

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