sábado, 30 de julho de 2011

Cinéma


O acento não é engano. A palavra do título está mesmo

inscrita em francês. Apeteceu-me. Fica com outra melodia

e qualquer falante de português perceberá. Às vezes é assim,

na procura das palavras, surge um apontamento ou uma inscrição

numa outra língua e só nela é que, o que se pretende dizer, passa

a fazer sentido. Também é assim com as ideias: no desfiar do pensamento,

surgem umas e são eliminadas outras, mas há, necessariamente, um fluir.

E este fluir é à imagem de um filme equivalente - primeiro,

gravamos as imagens, depois, seleccionamos e montamos

a sequência, que terá sentido. Contudo, na mente,

o processo, embora, certamente técnico, não

é consciente, senão a partir do ponto

em que, quase como espectador, quem escreve assiste ao desenrolar

da longa ou curta metragem ante os seus olhos.

E, nisto, a escrita tal como o cinema são extraordinários,

permitem a efabulação dos mistérios da natureza humana.

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