Nanopartículas
Os milagres da sobrevivência, no mundo ocidental,
estão, cada vez mais, concentrados nas
nanopartículas. É espantoso
como o infinitamente pequeno pode contribuir,
e contribui, para o prolongamento da vida,
quando o organismo do indivíduo, por qualquer
razão, deixa de funcionar perfeitamente.
Mas estes milagres impensáveis há anos atrás
são também consequentes de novas necessidades,
que se impõem, ante um modo de vida actual que
padroniza hábitos de consumo, nomeadamente alimentares,
que em muito antecipam o desequilíbrio e
a doença. Contudo, genericamente falando, observa-se
que é mais barato comprar um medicamento para regular
níveis de gordura no organismo do que, diariamente,
fazer uma dieta saudável e equilibrada. Entre a conta
da farmácia e a conta do supermercado pesa-se uma escolha.
Entre um bem alimentar normalizado, fertilizado, criado
de forma massiva, manipulado e um produzido de forma
natural não há escolha, porque o segundo é praticamente
inexistente.
Observo, então, que aparentemente o futuro do homem ocidental
estás nas mãos de uma quase invisibilidade
sintética - criada e manipulada por indústrias poderosas -;
e, neste ponto, estes demiurgos do presente
serão talvez seres de alma vendida, que, sem pensarem,
procuram o elixir da longa vida.
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